Nos últimos anos, a medicalização da infância tornou-se um tema amplamente discutido entre profissionais da saúde, educadores e pais. Trata-se do fenômeno onde comportamentos e características próprias da infância, como agitação, distração ou timidez, são muitas vezes interpretados como transtornos que necessitam de intervenções médicas, geralmente na forma de medicamentos.
Embora existam casos em que a intervenção médica é realmente necessária e benéfica, é fundamental que a decisão de medicar uma criança seja baseada em diagnósticos precisos e seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar. A infância é uma fase de desenvolvimento intenso, e muitos comportamentos considerados “anormais” podem, na verdade, ser parte do desenvolvimento natural da criança.
Antes de recorrer à medicalização, é importante considerar outras abordagens, como terapias comportamentais, mudanças na rotina da criança, ou intervenções pedagógicas. Um diagnóstico precipitado pode levar ao uso desnecessário de medicamentos, que pode trazer efeitos colaterais e impactar o desenvolvimento a longo prazo.
O acompanhamento de uma equipe formada por psicólogos, pedagogos, médicos e outros especialistas é essencial para garantir que a criança receba o suporte adequado. Esse acompanhamento permite uma avaliação mais abrangente e personalizada, evitando a medicalização desnecessária e promovendo o bem-estar da criança de maneira integral.
A medicalização da infância é um tema que exige cuidado e responsabilidade. É necessário equilibrar a necessidade de intervenções médicas com outras abordagens que respeitem o desenvolvimento natural da criança, sempre com o objetivo de promover sua saúde física, emocional e mental.
Gustavo Thayllon França Silva – Psicologo, Psicopedagogo, Pedagogo, Mestre em Educação Com Especializações na área da Psicanálise, Psicopedagogia, Psicopatologia, Transtornos Mentais e análise do comportamento. Professor do ensino superior e da educação básica.