Gustavo Thayllon Franca e Genoveva Ribas Claro, psicólogos especialistas em desenvolvimento infantil da Ponto de Luz Psicologia, destacam os riscos do uso excessivo de dispositivos digitais por crianças e adolescentes. Dados divulgados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil revelam que o acesso à internet entre crianças de 9 e 10 anos saltou de 79% em 2019 para 92% em 2021. Esse aumento recente levanta preocupações sobre os impactos que essa exposição pode trazer para o desenvolvimento infantil.
Segundo Gustavo Thayllon Franca, a interação interpessoal é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças. “O uso excessivo de celulares, tablets e computadores pode levar a transtornos como ansiedade, dificuldades de aprendizagem, problemas de visão e de sono. Além disso, afeta habilidades psicomotoras, como sentar, andar e correr, e prejudica a interação social e o desenvolvimento cognitivo e emocional”, explica.
Genoveva Ribas Claro ressalta a importância das brincadeiras tradicionais para o desenvolvimento infantil. “Atividades como pular corda e jogar amarelinha são fundamentais. Eles não apenas estimulam os movimentos corporais, mas também ensinam habilidades sociais como compartilhar, resolver conflitos e tomar decisões. Essas vivências são essenciais para o aprendizado e para a formação de vínculos interpessoais”, observa.
O papel da família na educação digital
Os psicólogos enfatizam que os pais e responsáveis têm um papel essencial na mediação do uso de telas. “A família é a principal responsável por educar e orientar as crianças sobre o uso saudável e seguro das tecnologias. Isso inclui demonstrar interesse nos assuntos dos filhos, estabelecer limites e promover um diálogo aberto e de confiança”, reforça Gustavo.
Recomendações de tempo de uso
Sobre o tempo ideal de exposição às telas, Genoveva explica que as orientações variam de acordo com a idade e as etapas de desenvolvimento. “Para crianças menores de dois anos, o ideal é evitar qualquer exposição. Entre dois e cinco anos, recomendamos no máximo uma hora por dia, sempre com supervisão. Para crianças de seis a dez anos, o limite é de duas horas, também acompanhado por um responsável. Já entre 11 e 18 anos, o tempo pode ser de três até horas, evitando o uso à noite”, conclui.
Essas são orientações que, reforçam a necessidade de equilíbrio entre o uso de tecnologias e atividades que promovem o desenvolvimento pleno das crianças, protegendo sua saúde mental e física.